O nadador Guilherme Caribé é um dos grandes destaques do Time Brasil na disputa dos Jogos Pan-Americanos 2023 até o momento.
O atleta de 20 anos ganhou três medalhas de ouro até agora, apresentando um desempenho impressionante.
Nesta segunda-feira (23), ele ficou em 1º lugar nos 100m livre, alcançando inclusive o índice olímpico para Paris-2024, com um tempo de 48s06.
Antes, Caribé ainda foi decisivo nas vitórias brasileiras nos revezamentos 4x100m livre misto e 4x100m livre masculino.
"Tenho apenas 20 anos, então tenho muita carreira pela frente. Esse é meu primeiro Pan-Americano, até agora três medalhas de ouro, então está sendo bem legal", festejou o nadador.
"Essa competição me anima ainda mais para o ano que vem. Vamos para esse Jogos Olímpicos buscando o que eu não fiz no Mundial”, complementou.
Ele ainda competirá no 50m livre e no revezamento 4x100m medley misto, podendo fechar o Pan com até cinco ouros.
"Novo Cielo"
Guilherme Caribé começou a chamar a atenção em 2022, quando atingiu tempos melhores do que os do lendário Cesar Cielo neste mesmo estágio da carreira.
O nadador, então, ganhou o apelido de "novo Cielo", virando uma das maiores apostas da natação brasileira para os próximos anos.
De acordo com ele, a alcunha não intimida.
"Depois que eu nadei nos 100m, muita gente começou a me chamar de 'novo Cielo'. É legal ser prestigiado, ver que o Brasil acredita em mim", disse, ao Olympics.com.
"Mas em momentos como o atual, o foco é total no treinamento. Prefiro me afastar um pouco, ficar mais na minha", acrescentou.
Atualmente, seus melhores tempos oficiais são 22s07nos 50m e 47s88 nos 100m, ambos no Troféu José Finkel de 2021.
Cabe também destacar que ele treina "em família", já que seu preparador é o próprio pai, Matheus Caribé, formado em educação física.
Entre Flamengo e Estados Unidos
Além de defender o Flamengo e a seleção brasileira de natação, Caribé atua na NCAA (campeonato universitário dos EUA) pela Universidade de Tennessee, sendo um dos destaques do elenco.
De acordo com o baiano, a ida para os Estados Unidos foi uma experiência que mudou sua visão da natação e da vida.
"Nunca tinha saído de casa para morar sozinho. Nunca tinha morado nem em outro Estado e nem imaginado morar em outro país. Tive que criar muita responsabilidade e aprender muita coisa sozinho", contou, ao Olympics.com.
"Na Bahia, eu tinha treinos mais longos, fazia muita série grande e puxava meu ritmo. Aqui (nos Estados Unidos), é totalmente diferente, os treinos são mais curtos e intensos. É divertido para o pessoal da velocidade, treinando com gente do lado. As pessoas me empolgam e eu empolgo o pessoal, então fica essa competição no treino", brincou.
Entre os EUA e o Brasil, piscinas de metros e jardas e as expectativas externas, Caribé encontra o seu próprio caminho e sai mais forte mentalmente a cada dia na piscina.
"Eu sou um cara magro e alto. Não sou o cara que vai ganhar a prova na força, que vai bater na água. Precisa de um tempo para o meu estilo desenvolver e, na piscina de jardas, tem pouquíssimo tempo. É pouca parte nadada, tem muito submerso e muita virada. Então eu preciso encurtar o meu estilo, que é mais alongado. É um aprendizado muito bom", finalizou.