Do Polvo Paul ao falcão Hur Hur, veja os bichinhos que acertaram palpites nas últimas edições da Copa do Mundo
vidente
adjetivo de dois gêneros
1 que é dotado da faculdade de ver o passado, profetizar o futuro, conhecer o que se passa ainda que não esteja presente
2 que foi proferido por uma pessoa com essa faculdade
3 p.ext. que tem muita intuição, sagacidade, clarividência
substantivo de dois gêneros
4 pessoa que faz profecias, adivinhações, previsões, sem base em elementos da realidade, e sim por visão sobrenatural; profeta, adivinho
5 p.ext. pessoa que tem muita intuição, perspicácia; clarividente
adjetivo e substantivo de dois gêneros
6 aquele que vê, que pode fazer uso da vista; visual
Muitas das definições da palavra vidente no dicionário Houaiss estão relacionadas a pessoas. Mas, nas últimas Copas do Mundo, a existência de animais com a capacidade de prever - ou não - os resultados dos jogos virou mania. Quem não se lembra do polvo Paul? No Qatar, o falcão Hur Hur é uma das grandes atrações turísticas da região do Souq Waqif.
Holanda 3 x 1 Estados Unidos:Holanda
Argentina 2 x 1 Austrália:Argentina
Inglaterra 3 x 0 Senegal: Senegal
Japão 1 (1) x (3) 1 Croácia: Croácia
Brasil 4 x 1 Coreia do Sul: Brasil
Espanha 0 (0) x (3) 0 Marrocos: Marrocos
Mas Hur Hur não é o primeiro e nem será o último animal a ser apontado como oráculo em Mundiais. Relembre, abaixo, outros bichos que se tornaram símbolos de previsões nas Copas recentes:
Polvo Paul
O oráculo dos oráculos, o grande ícone dos animais videntes. Ele acertou 12 de 14 placares (85,71% de aproveitamento) na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e passou a ser chamado de "Profeta". Tudo acontecia no Sea Life de Oberhausen, o Centro da Vida Marinha da cidade alemã.
A técnica usada era baseada na... fome. Dois potes com mexilhões eram colocados dentro do aquário, cada um com a bandeira dos países concorrentes à frente. Paul era colocado atrás e entrava no pote mais apetitoso (na teoria, ele não via as bandeiras). Foi assim que ele acertou os resultados dos jogos da Alemanha e também a vitória da Espanha sobre a Holanda na final.
Paul era um polvo-comum (Octopus vulgaris), e sua fama rendeu muito ao Sea Life, que tornou o animal seu garoto-propaganda, inclusive, de comercial de supermercado.
No entanto, o ciclo da vida de um polvo-comum na natureza gira em torno de um a dois anos. Paul não conseguiu curtir muito a sua fama, já que, em outubro de 2010, morreu no Sea Life, com dois anos e nove meses, de causas naturais. O corpo foi cremado e exposto no Centro de Vida Marinha, virou tema para uma série de souvenirse também teve uma estátua exposta no local. Uma perda irreparável do grande profeta das previsões.
Outros videntes
A Copa de 2014 tentou seguir a mesma febre, mas o poder premonitório não foi o mesmo. E olha que não falou bicho profeta: cavalo, pinguins e tatu na Alemanha, vaca e leões na Holanda, elefante e panda na China, pinguim e peixe-arqueiro no Japão, falcão na Arábia Saudita, camelo em Dubai, tartaruga chamada Momario, tigre-de-bengala russo... Todos sem o mesmo sucesso.
O mundo dos polvos também estava movimentado, mais uma vez, na Alemanha, com Regina, no Sea Life de Berlim, e até um novo Polvo Paul, no caso, Kleiner Paul, que quer dizer "Pequeno Paul". Teve também o Polvo Hacchan no Japão.
E não podemos esquecer da tartaruga Cabeção, promovida como uma brincadeira pelo Projeto Tamar, na Praia do Forte, na Bahia, para proteção e conservação deste tipo de animal. "Cabeção vai em direção ao alimento, há três sardinhas iguais disponíveis. Ele tem 33,333% de chance de acertar o vencedor ou empate nessa primeira fase da Copa. A escolha é aleatória, mas mesmo assim vale a brincadeira, pois o público vibra como se fosse uma previsão", disse o Projeto, à época. Foi assim que a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) acertou a vitória do Brasil sobre a Croácia na estreia.
Na Copa de 2018, quem ganhou fama foi Aquiles (Akhill, em russo), gato branco que mora no museu Hermitage. Foi o "oráculo oficial" da Copa das Confederações, um ano antes, e também do Mundial. Além da surdez, o animalzinho tinha o rabo quebrado, que atrapalhava seu equilíbrio. Para suas previsões, eram colocados dois potes com ração (as bandeiras dos países ficavam ao lado). O que ele escolhia seria o vencedor. Se ele não comesse, era sinal de empate.
Aquiles acertou uma série de ganhadores, inclusive a vitória do Brasil sobre a Costa Rica, mas a magia acabou em Argentina x Nigéria. A escolha do gato pelos nigerianos não se confirmou, os argentinos venceram e avançaram às oitavas. Era o fim das previsões do simpático gatinho branco.